terça-feira, 5 de junho de 2012

Conto de fadas moderno


Há 34 anos nascia uma princesinha.

Pelo menos era isso o que minha mãe achava que eu seria. Com o passar do tempo ela ainda acreditava nisso, pois eu era uma criança que adorava ouros (sem nem saber o valor que tinha) e gostava de ser penteada, banhada e trocada por minha mãe.

Um dia a princesa começou a se rebelar, pois percebeu que a vida não era um conto de fadas.

Muito cedo começou a trabalhar e o pior era ter que ao mesmo tempo estudar.

É. Nada era fácil.

A princesa tinha mais 3 irmãs.

A mais velha adorava uma farra, era praticamente a ovelha negra da família. Amigos e namorados não faltavam. Mas para ela as coisas também não eram fáceis. Mamãe não dava a carta de alforria até que a casa inteira estivesse limpa.

Eu por outro lado, era a mais preguiçosa. Desde pequena se deixassem passava o dia inteiro de pijama. Arrumar a cama pra que? Logo me deitaria de novo rss. Vivia com amigas novas, nenhuma agradava minha mãe, que dizia que eram más companhias. Geniosa como ninguém, não dava atenção. No fundo minha mãe estranhava que eu não parava com namorado algum, que mais brigava com os garotos do que outra coisa. Isso não era comum.

A terceira havia sido a filha mais esperada. Veio ao mundo como uma estrela. Era de uma beleza rara, com seus olhos azuis da cor do céu e seus belos cabelos amarelos feito ouro. Sua beleza era tamanha que vivia rodeada de pretendentes. Mal terminava um namoro, lá estava ela mandando a fila andar. Amigas não tinha, mas pra que? Seu assunto era namorar.  

Já a caçula apareceu levantando suspeitas. Não se parecia com seus pais, tinha os cabelos espetados e seus olhos puxados. Diferente de todas as outras. Nem era tão rueira e nem tão namoradeira, era quase o equilíbrio de todas as anteriores.

Mamãe sempre achava motivos pra dizer que éramos todas rueiras e que dávamos muito trabalho.

Tanto reclamou que tudo se bagunçou.

A mais velha enfim sossegou. Teve 3 filhos e se casou.

Eu beijei tanto sapo que acabei virando sapa. Hmmm mamãe não gostou, mas disse que sempre suspeitou.

A bela loira rodou, rodou, rodou e parou a fila quando por fim se casou e teve 2 filhotes.

A caçula encontrou seu príncipe nem tão encantado que deu origem a um principezinho, que herdou os cabelos espetados e os olhos puxados. Dando sequencia a tal suspeita.

Se os contos continuassem após os “viveram felizes para sempre”, com certeza seriam assim ou pior rsss.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Gêmeos


Não leio meu horóscopo diariamente, não acredito que a vida seja tão previsível a ponto de ser possível saber de manhã, logo ao abrir o jornal, como será o meu dia e de todos aqueles que possuem o mesmo signo que eu.

Por outro lado, acredito piamente nas características dadas ao meu signo.

Sou de gêmeos. Porém ao contrário do que muitos pensam, não somos dois e nem temos duas caras. Temos sim forte personalidade e somos vários dentro de um só!  

Ser geminiana me faz sentir forte, destemida, corajosa. Não me pergunte por que, mas me sinto orgulhosa em ser de gêmeos. 

Adoro a sensação de querer o tempo todo aprender coisas novas, de me interessar por tudo e por todos, mesmo que muitos chamem isso de “superficial”. Dificilmente me falta assunto e tenho a maior facilidade em fazer novas amizades. Amigos me fazem bem. É como se cada um me trouxesse algo diferente. Experiências, estórias, informações novas para o meu mundo. 

Por outro lado, a minha inconstância é de enlouquecer. Em alguns momentos meu humor muda numa velocidade, que fica difícil até de eu mesma acompanhar ou compreender.

Dizem que não conseguimos ter longos relacionamentos, nisso eu discordo. Se a pessoa for inteligente, criativa, autêntica, acompanhar as mudanças de uma geminiana sem tentar controlá-la, a relação vai longe, caso contrário, não perdemos nosso tempo.

Adoro borboletas. Acredito que elas nos simbolizem: Belas, fascinantes, mutantes e livres!

“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.”
Mário Quintana

É isso, conviver com um (a) geminiano (a) é viver com o inesperado em uma caixinha de surpresas.

Fernanda Braga

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Eu


Eu,
Que voo sem sair do chão,
Que rio quando estou nervosa,
Que grito pra não engasgar.

Eu,
Vivo do meu jeito,
Não ligo de não fazer direito,
Caio, levanto e aprendo a andar.

Eu,
Não obrigo que me amem,
Não finjo e não minto,
Me mostro sempre por inteira.

Eu,
Às vezes me perco,
Às vezes me esqueço,
Me sinto cansada de tentar me encontrar.

Fernanda Braga