quinta-feira, 12 de maio de 2011

O espaço é o meu limite

Enquanto os meus olhos encaram o nada vejo você ao meu lado falando completamente desesperada. Não consigo decifrar o que tenta me dizer. Na minha frente só o que vejo são seus lábios a mexer. As palavras que você diz eu não entendo e o som eu não compreendo, tudo é confuso, o lugar é obscuro e de lá não quero sair, tenho medo do que esta por vir.

Sinto meu corpo pesar e a minha alma flutuar, sei que ali era aonde naquele momento eu não queria estar. Por dentro eu grito, esperneio, me debato nas paredes do meu eu, tento fugir porque tudo aquilo não quero ouvir, e em vão percebo que continuo ali.

Meu grito não sai, mas lágrimas em meus olhos surgem e lutam para em minha face não rolar. Sinto-me esgotada, cansada e completamente desmotivada. Quero simplesmente não falar.

Nessa hora a vontade é ampla de ir... Para aonde não sei, mas sei que quero de você fugir.

O tempo já não importa, mas quero minha vida sentir e minha liberdade deixar expelir.

Meu espaço a cada momento atenua e o ar aos poucos me falta, é como se tudo apertasse a minha volta... As paredes vão se aproximando e eu aos poucos vou deixando, sem lutar, sem me mexer, pois tenho medo de te perder.

Sentiria-me melhor se em uma camisa de força eu estivesse, pois assim talvez minha impotência, uma justificativa plausível tivesse.

Deixo tudo parecer normal, mas por dentro é que existe meu tormento mortal.

Sou como um pássaro, livre a voar... Sem limites de onde pousar ou de onde visitar... Quero poder livremente minha vida explorar... Mas sei também que para casa quero sempre voltar e ao seu lado estar.

Isso você não entende e em sua gaiola me prende... Assim minha vida você tira e meu amor por você aos poucos finda.

Já não tenho forças para lutar, e dessa forma deixo minha vida você moldar... Minhas asas já não se abrem meus olhos já não brilham mais e em meu peito só a dor jaz.

Fernanda Braga

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